Por Josemar Bessa
Por que como um câncer a “teologia da prosperidade” foi se
alastrando numa metástase diabólica no seio da igreja protestante? O que vemos
hoje (Se olharmos com olhos espirituais e bíblicos), é uma terra arrasada,
escombros e ruínas (Como Jeremias viu Jerusalém ) daquilo que devia ter sua
existência (igreja) com o único propósito de proclamar a glória de Deus.
Não é difícil resistir algo inicialmente, mas a medida que o
tempo passa, a cobiça domina, nossos olhos se tornam a única porta de “verdade”
para a “igreja”. Esquecemos a Palavra. A igreja hoje é o retrato fiel dos seus
líderes. Um retrato do coração e ambição mundana. “Mas eles foram a causa da
sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23).
Acaz voltou de Jeová para servir aos deuses de Damasco. Como
hoje. E por quê? Porque a Síria estava gozando de prosperidade. Ao ver o que Acaz
viu, a igreja começou a imitar o mundo, e igrejas ao olharem as outras foram
imitando a imitação do mundo – Resultado? Metástase que parece irreversível.
O que Acaz fez? “Ele ofereceu sacrifícios aos deuses de
Damasco que o haviam derrotado, pois pensava: ‘Já que os deuses da Síria os têm
ajudado, oferecerei sacrifícios a eles para que me ajudem também’. Mas eles
foram a causa de sua ruína, e da ruína de todo o Israel”.
Não há outro resultado possível. O pragmatismo não pode
dirigir quem quer ser guiado por Deus – mas sim uma confiança absoluta em Sua
Palavra. O que valia para Israel vale para a igreja no século XXI – A
conseqüente introdução de falsos deuses e a profanação do culto a Deus ( e como
esse culto tem sido profanado hoje no altar de Mamom ) tornou-se a ruína de
Acaz e seu reino.
Esta é a ruína da igreja, a mesma de Acaz e Israel. E ela
acontece pelos mesmos motivos. Os ídolos modernos tomaram completamente o lugar
da Palavra de Deus e sua glória. Os ídolos estão navamente estabelecidos e adorados
alegremente em nossos dias.
Nada mais trágico do que ver o próprio homem ( e igreja ) se
arruinando: “...eles foram a causa da sua ruína e de todo o Israel” (2Cr
28.23). Acaz claramente é o tipo de muitos e muitas igrejas destruidoras de si.
“A tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9) – Como seria bom se houvessem
vários Oséias proclamando hoje, mas na verdade são tão poucos. Acaz quis ser
seu próprio mestre – Esqueceu Deus, esqueceu Sua Palavra – Só conseguia ver a
“prosperidade” da Síria. Ficou fascinada e paralisado como uma presa diante da
serpente. Isso sempre arruína – arruinou o filho pródigo – arruinou Acaz –
arruinou Israel, e arruinará milhões e milhões de outros.
É a arrogância que faz pastor imitar pastor, igreja imitar
igreja – todos indo em direção a ruína da “Teologia da Prosperidade”. A
arrogância e a arbitrariedade ao pecar: “Andou nos caminhos dos reis de Israel”
(2 Rs 16.3,4). Essa é uma corrida morro abaixo. Cada vez mais a velocidade
aumenta e o abismo se aproxima – Esta é uma corrida para a ruína.
Um dia a idéia mundana de “prosperidade” custará muito caro.
Acaz esbanjou tesouro em sua cópia da adoração dos deuses da Síria invejando a
sua prosperidade. Mas é bom que se diga aos iludidos, Acaz gastou muito e
ganhou pouco. Isto vale para a igreja e para as pessoas individuais.
Desperdício! O trágico é que nossa vida aqui não é um
recurso inesgotável e logo nosso tempo se encerrará. Que legado trágico
deixaremos as próximas gerações. Nossas existências só se justificam se forem
para a glória de Deus – o mesmo vale para a igreja em geral. Desperdício e
muitos outros caminhos errados são caros e ruins.
Quando estamos obstinados, como os dias em que vivemos hoje
na igreja, nós somos capazes da loucura de desafiar Deus. Acaz desafiou a
punição: “Mesmo nessa época em que passou por tantas dificuldades, o rei Acaz
tornou-se ainda mais infiel ao Senhor” ( 1Co 28.22) – Ele estava focado na
“prosperidade” dos deuses da Síria. Esta rebeldia ao claro ensino de Deus e
contra toda a correção sempre leva à ruína certa.
Nossa geração se acha esperta em seu pragmatismo. Diz “Rico
sou e de nada tenho falta” – nós sabemos a resposta que Deus deu a igreja que
afirmou isso. Acaz era muito sagaz, e bajulava os grandes. Aos nossos olhos
isso parece uma tática perfeita – está funcionando, eles são grandes, por que
não nos ajuntarmos a eles? Acaz fez uma cópia do altar dos deuses da Síria e
levou para sua casa. Quem é que perece mais rapidamente? Os espertos demais
para serem simples e simplesmente seguirem o seu Deus.
Vamos ser justos, Acaz era um homem de “bom gosto” – sabia
admirar coisas que fascinam os nossos corações. Ele admirava as antigüidades e
o estético na religião. Ah! O estético na religião nunca foi tão admirado como
agora.
Se um homem ( Líder ) começasse se enamorar da prosperidade
e dos deuses da Síria que supostamente era sua origem – e que levou Acaz a se
prostituir com ele – e a grande maioria do povo e dos líderes bradassem contra
– Deus ainda estaria sendo honrado em nossos púlpitos e não Mamom. Mas existem
loucuras que são coletivas – como isso é real hoje no meio da “igreja”. Veja
que quem era para trazer Acaz a razão estava tão fascinado quanto ele: “O sacerdote
Urias construiu um altar conforme as instruções que o rei Acaz tinha mandado”
(2Rs 16.11). Entre todas as coisas destruidoras na igreja hoje, nós podemos
afirmar sem medo de erra – Maus ministros são terríveis destruidores.
Qual é o modelo para a igreja hoje? Quem são seus heróis?
Paulo falou “sede meus imitadores como eu sou de Cristo” – Quem dera fosse esse
o modelo atual. Acaz imitou pecadores prósperos. O rei da Assíria tornou-se seu
tipo, seu paradigma... Isso é conduta ruinosa e destruidora. Ele abandonou todo
o culto a Deus. Podemos estar dentro de edifícios adorando e já termos
abandonado todo o verdadeiro culto a Deus. Acaz “trancou as portas da casa do
Senhor” (2Cr 28.24). Este é o clímax de sua rebelião – não havia lugar para o
verdadeiro Deus e os deuses da Assíra que davam “prosperidade”. É verdade,
Cristo disse que você não pode servir a Deus e ao dinheiro, a Deus e a Mamom ao
mesmo tempo. Isso não pode ser feito nem nos dias de Acaz, nem nos dias de
Jesus – e não se engane, nem pela igreja dos nossos dias.
No final de tudo – e o final das escolhas atuais não podem
ser diferentes, os deuses falsos foram a ruína de Acaz.
Uma ruína sugere muitas reflexões. Mas a corrida morro
abaixo aos deuses da prosperidade é tão desenfreada que não há tempo para
reflexões. O que foi? O que poderia ter sido? O que é? O que será? Um dia
sentaremos entre as ruínas como Jeremias se sentou entre as ruínas de Jerusalém
e choraremos e lamentaremos como ele. Meditações entre ruínas podem ser úteis,
apesar de tardias, àqueles que se inclinam a repetir como nossa geração, a
experiência de Acaz.
Muitos serão arruinados: “Foram a ruína dele e de todo o
Israel” – pelo ensino não estamos enchendo a igreja de verdadeiros israelitas,
mas de sírios. Pelo exemplo e pelo ensino estamos fazendo pagãos e não filhos
de Deus. A sedução da “prosperidade” é tão grande – que pela sedução a virtude
está sendo arruinada. Muitas vezes líderes (como Acaz) pela sua próprio
presença destroem tudo o que é bom nos seus liderados. Muitas vezes alguém está
tão contaminado, que mesmo no momento que não tem a intenção espalham o
contágio, como a Peste Negra se espalhou por toda Europa. O contágio do pecado,
da ambição, do amor ao dinheiro... A conduta dos Acazes de Hoje, sua religião
perversa e deturpada arruína jovens, influencia os inseguros, sua linguagem e
ensino influenciam e atraem os maus.
Lembremos a mensagem de Deus que se repete para nós hoje:
“Mas eles foram a causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel” (2Cr 28.23).
Mas a igreja não poderá culpar só seus líderes, os Acazes de hoje – Deus diz “A
tua ruína, ó Israel, vem de ti” (Os 13.9).
Fonte: Josemar Bessa
Nenhum comentário:
Postar um comentário