quarta-feira, 16 de março de 2011

Medo de fazer o que é certo



Não há dúvidas: vivemos em constantes conflitos entre fazer o que é certo ou errado. Por um lado, como cristãos, sabemos decor e salteado o quê como fazer, contudo, temos relacionamentos diários com pessoas que não compartilham nossos valores. Pior, na maioria das vezes, o choque entre as opiniões pode nos trazer grandes problemas. Nesse artigo, quero, junto com vocês, analisar um evento em que Jesus enfrentou algo com o qual nos deparamos diariamente. Vamos lá?



O texto a que me refiro encontra-se no Evangelho de Lucas (14: 1 a 4). Em resumo, Jesus vai fazer uma refeição na casa de um fariseu, e,  ao chegar lá, depara-se com um hidrópico (hidropisia: doença que ocasiona uma acumulação anormal de líquido soroso em tecido ou cavidade do corpo), e decide curá-lo. Mas antes faz uma pergunta desafiadora aos mestres judaicos: “É lícito curar no sábado?”. Ele já sabia a resposta, apenas queria ouvi-la da boca dos religiosos, que se calaram. Diante do silêncio geral, o doente fica são através das mãos do Cristo.
Esse exemplo tem tudo a ver com aquilo que estou tratando nesse post. Em nenhum momento Jesus teve dúvidas quanto a legalidade de se curar ou não aos sábados, apesar de forte convicção dos fariseus em não realizar absolutamente nada no sétimo dia. Nem mesmo fazer o bem seria permitido. Da mesma forma, nós conhecemos o que a Bíblia ensina relativo à mentira, adultério, cobiça, mesquinharia, pagamento de impostos, etc. Acontece que, diferentes de Jesus, muitas vezes temos receio de nos comportar da maneira correta. Por quê? Medo de não sermos aceitos!
Vamos pegar um exemplo: dizer a verdade sempre. Nossa, isso gera um incômodo terrível! Pode-se perder um emprego por isso. Pode-se ganhar inimigos, que usam e precisam da mentira, quando se traz a verdade à tona. Em casos mais extremos, pode-se até perder a vida dizendo a verdade. Por isso, muitos decidem pelo caminho “fácil” da mentira, pois ela, realmente, “facilita” nossa convivência com os não-cristãos, com as honrosas exceções de sempre, é claro. Quem nunca mentiu, que atire a primeira pedra…
Outro exemplo: fraudar o leão do Imposto de Renda. Tem gente que é PhD em criar alternativas para burlar o fisco. Tudo bem, eu sei que os políticos se dão aumentos absurdos, pagam pensão para governadores com 11 dias no poder, viajam mais que trabalham e tudo mais. Além das terríveis “verbas de gabinete”! Mas o caminho para resolver esses problemas crônicos é o voto. E depois, o acompanhamento das atividades daqueles em quem votamos (se tivermos boa memória!). Sonegar, certamente, não é o melhor caminho para o país! Quem quiser saber a opinião de Jesus a respeito do assunto – pagamento de impostos – leia Mateus 22:21.
Por fim, digo que nós temos vergonha de ser decentes! Como assim? Na rodinha dos amigos “pegadores” (que não “pegam” nada, mas contam uma vantagem…), ser fiel à esposa é motivo de chacotas. Ser honesto e devolver o troco errado – a mais, é claro – da padaria no país das megafraudes? É só para “trouxas”! Acatar uma multa de trânsito, resistindo à tentação de “molhar” a mão do guarda é para paspalhos. Assumir um erro para o gerente, sem jogá-lo nas costas de outro coitado, mesmo sabendo que pode perder o emprego? Nem pensar!
A nossa oração deve pedir coragem a Deus. Ninguém que freqüenta cultos e escolas dominicais com razoável freqüência pode ter a cara-de-pau de dizer “eu não sabia…”. Nós sabemos sim! Temos é muito medo das conseqüências das decisões. Afinal, somos humanos, temos pavor em ficar desempregados, e não queremos arrumar briga com ninguém. Mas também, importantíssimo, fomos chamados a ser “sal da terra” (Mateus 5:13). Se o sal não tiver sabor, para que serve? Para nada, apenas para ser pisado pelos homens. Já teve a sensação de estar sendo pisado? Eu já! Então, vamos abrir os olhos e seguir as orientações do nosso Senhor! Pra hoje!
William Mazza é engenheiro, cristão e colaborador do Bereia Blog

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