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Deputado Marco Feliciano (no centro)
foi mantido na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
Após reunião dos líderes dos partidos com representação na Câmara dos
Deputados nesta terça-feira (9), o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
decidiu não renunciar ao cargo de presidente da CDH (Comissão de Direitos
Humanos e Minorias), posto que ocupa há um mês sob protestos.
"Eu fico. Eu fui eleito democraticamente. Pedi uma chance de poder
trabalhar. Vou mostrar o trabalho", afirmou Feliciano após a reunião desta
manhã.
Segundo parlamentares que estavam
presentes à reunião, Feliciano tentou negociar sua renúncia em troca da saída
dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José
Genoino (PT-SP), condenados no julgamento do mensalão, da CCJ (Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania).
"Isso é jogo baixo. Não podemos confundir uma coisa com a
outra", disse. "[O pedido] é inadequado para o momento", disse o
líder do PPS, Rubens Bueno, sobre a proposta de Feliciano.
"Ele sabe que está lucrando econômica e politicamente com
isso", disse o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), sobre a permanência de
Feliciano na CDH.
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), disse que não tentou convencer
Feliciano a mudar de opinião e que assistiu à reunião como
"espectador". "Agora não me cabe apoiar. Acho a reunião um
despropósito."
Eleito no último dia 7 de março em
reunião fechada por 11 dos 18 votos dos presentes, Feliciano foi escolhido para
o posto por seu partido, depois de acordo firmado com as outras legendas que
garantiram ao PSC o direito de indicar o presidente da CDH.
Há mais de um mês a manutenção do
parlamentar no cargo tem provocado manifestações na Casa Legislativa,
manifestações contra e a favor em redes sociais, mobilização de artistas,
políticos e da sociedade civil.
O deputado é acusado de ter dado declarações consideradas racistas e
homofóbicas.
Feliciano já negou as acusações
várias vezes. Ao ser eleito presidente da
CDH, disse: "caso eu fosse racista, deveria pedir perdão
primeiro a minha mãe, uma senhora de matriz negra."
Sobre a acusação de homofobia, ele
diz que não é "contra os gays, sou contra o ato e o casamento
homossexual. Quero o lugar para poder justamente discutir isso. Vai ser debate.
Vou ouvir e vou falar", afirmou em mais de uma ocasião.
Durante este período, os grupos pró e
contra Feliciano causaram tumulto, empurra-empurra nos corredores das comissões
da Câmara e três pessoas chegaram a ser
detidas pela Polícia Legislativa.
A reunião com os líderes partidários estava prevista para a semana
passada, mas teve de ser adiada em razão da ausência do presidente da Casa,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que estava em licença médica para se
recuperar de uma cirurgia de hérnia abdominal.
Nesta terça, após pressão dos líderes
dos demais partidos, Feliciano voltou atrás na
decisão de fechar as reuniões da CDH ao público.
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