Existem
dois tipos de angústias: uma é resultado de nosso egoísmo e a outra é permissão
de Deus para o crescimento espiritual e testemunho de fé. Aprendi, por
experiência própria, que há pessoas que conseguem esconder seus problemas, suas
angústias. Elas conversam, sorriem, cuidam de suas vidas de uma maneira
aparentemente tão normal, que é preciso muita perspicácia para ver que há
grandes problemas acontecendo com elas. O que fazer no dia da angústia?
Depende. Há três alternativas: uma leva direto ao pior, enquanto as outras duas
resolvem o problema. Vamos então analisar três exemplos acontecidos com
personagens bíblicos
O
primeiro caso mostra o egoísmo de Ló e suas conseqüências. Ló era sobrinho de
Abraão. Os dois ficaram ricos peregrinando pela Palestina e Egito, mas em dado
momento os pastos não comportavam mais tanto gado e houve discussão entre os
pastores de ambos. O Tio propôs a separação e ofereceu ao sobrinho a
oportunidade de escolher primeiro. Pensando apenas em si, escolheu a campina do
Jordão - onde estavam as melhores pastagens. O tio que ficasse com o resto. O
tipo da escolha egoísta, que escolhe-se primeiro para orar depois, já diante da
adversidade.
O Tio
Abraão ficou com os pastos dos morros. Aparentemente ruins. Poderia ter
exercido o direito de escolher primeiro, mas já naquele momento da vida,
costumava orar antes das decisões. E o mal não tardou em bater à porta do
sobrinho. foi próprio Deus que disse: " Ocultarei a Abraão o que vou
fazer?" Em consequência do aviso divino, Abraão foi orar e suplicar ao
Todo Poderoso pela família do sobrinho.
Orou
e intercedeu por seis vezes. Mas não resolveu inteiramente o problema do
sobrinho. Ló perdeu a campina do Jordão, perdeu gado, a casa e a esposa. Por
fim levou as filhas a perder o conceito de família morando dentro de uma
caverna. Salvou-se da destruição pelas orações do tio. Poderia ter sido
diferente se tivesse orado para fazer a escolha certa em lugar de ter passado a
perna no tio. Agiu por egoísmo e no dia da angústia sofreu as conseqüencias.
O filho pródigo era outro egoísta. O
pai nem ainda tinha morrido quando ele cobrou sua parte na herança. Seu egoísmo
cresceu alimentado pela insatisfação. Devia ser um tipo mal-humorado, crítico
de tudo e de todos. Queria uma liberdade que não teria em casa. Estava cansado
de trabalhar, queria gozar a vida no ócio.
Quando
reuniu a coragem necessária, pegou o dinheiro e foi embora. Longe de casa
arranjou bastantes "amigos", que permaneceram com ele até o momento
em que o $ acabou. Ficou sozinho e sem o ócio. A fome apertou e precisava
trabalhar para comer. O trabalho que conseguiu era o que ninguém teria coragem
de fazer: cuidador de porcos. E debaixo da maior angústia lembrou-se de voltar
para casa e pedir perdão ao pai. Voltou, humilhou-se, propôs trabalhar como
empregado do pai, em qualquer serviço. Foi surpreendido pelo perdão e por uma
festa de comemoração.
O
terceiro personagem bíblico foi terrivelmente angustiado. Seu nome é Jó. Este
era íntegro, reto, sincero, temente a Deus e se desviava do mal. Apesar de
todas essas virtudes, também passou por dias angústia terríveis.
Perseguido
pela fúria do diabo, perdeu o gado e a família. Não bastando tudo isso, adoeceu
com chagas da cabeça aos pés. E o motivo de tudo isso era a inveja do diabo
pela fidelidade de Jó a Deus.
Em
seguida, Jó perdeu os amigos. A comunidade zombava e desprezava dele. Em lugar
de consolá-lo, seus três amigos mais íntimos o acusavam de colher o que tinha
plantado. Não bastasse a perda dos bens e da família, agora sofria um processo
de lavagem cerebral dos próprios amigos. O diabo queria que Jó perdesse a razão
e ficasse louco.
Não
se pode dizer que Jó teve paciência no tempo de sua angústia, pois reclamou e
não afogou seu coração em palavras não ditas. Ele era justo, o que possuia foi
Deus quem dera. Quando Deus permitiu que perdesse tudo, Jó achava que não
deveria "pisar" no prato que comera. Continuou firme e confiando na
justiça do Senhor.
No
tempo apropriado, Deus livrou Jó do cativeiro do diabo. Abençou-o quatro vezes
mais em gado e deu-lhe dez filhos. Ele passou pelo vale da angústia, como
muitos passam e ainda passam. Mas sua angústia não veio em razão de escolhas
egoístas. No tempo da angústia ele não foi frouxo.
Se
você estiver debaixo de angústias, ao ler esta mensagem vai ouvir a voz do
Espírito, tome uma atitude correta. Analise o seu caso diante do prumo de Deus.
Não
tenha um coração endurecido como o Ló, que não voltou atraz para corrigir uma
atitude egoísta, preferindo habitar numa caverna. Se precisar voltar para a
família que você abandonou, ou corrigir prejuízos que você causou - por motivos
egoístas - volte e peça perdão. Mas se diante das circustâncias e do prumo de
Deus sua angústia tem outra natureza, não abandone a fé. Jó ficou firme e as
bênçãos maiores de sua vida vieram no final.
João Cruzué
Nenhum comentário:
Postar um comentário